Andirobeiras
Introdução
“Foi Deus que criou a Andiroba para nós!”
As comunidades andirobeiras são determinadas pelo produto de sua atividade econômica e, por que não dizer, cultura. Como outras comunidades extrativistas, é a ação cotidiana de intervenção na natureza que marca essas pessoas e suas famílias. Se autodefinem como andirobeiras (no feminino) pois quase todo o trabalho relacionado à coleta e beneficiamento de andiroba é realizado por mulheres e crianças das comunidades, como parte das tradições passadas de geração em geração. Em alguns casos é a principal fonte de renda das famílias, sendo em outros casos parte da renda que se complementa com a pesca executada pelos homens e por outras formas de renda.
As andirobeiras vivem em pequenas comunidades situadas geralmente próximas a ribeirões ou dentro da floresta amazônica, com um modo de vida diretamente ligado à natureza e ao seu entorno, com forte apoio mútuo entre os moradores e parentes. Tentam ser autossuficientes na produção de alimentos, utensílios domésticos e ferramentas de trabalho que constroem a partir do que a floresta oferece. Suas moradias são coerentes com o padrão de residências ribeirinhas, feitas de madeira sobre uma base que protege a residência na época das cheias dos rios, próximas aos cursos d’água e florestas. Várias comunidades andirobeiras localizam-se em ilhas.
Elas são caracterizadas principalmente pelo tempo dedicado às atividades relacionadas à andiroba, pelos conhecimentos que possuem sobre as matas, as florestas e da própria andiroba. Outras características marcantes são a paciência necessária para conseguir os subprodutos da andirobeira e os mitos e tradições sobre a mesma, muitos deles ligados à vida feminina e ao processo de beneficiamento da andiroba e do óleo. Possuem uma religiosidade de fundo católico baseada em crenças e mitos sincretizados com os indígenas e quilombolas.
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